A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar
esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa
humanidade, fez-se servo dos homens, deixou-se matar para que o egoísmo e
o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca
no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último
passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a
doação da vida por amor.
A primeira leitura, Is 50, 4-7
apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no
meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da
perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa
fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste
“servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura, Filip 2, 6-11
apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da
arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens,
até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus
nos propõe.
O Evangelho, Jo 11, 1-45
convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo
de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo
aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus –
esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.
Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?
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