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terça-feira, 16 de abril de 2019

O que fazer com meu ramo após o Domingo de Ramos?


Assim rezamos na oração de bênção dos Ramos: “Deus eterno e Todo Poderoso, “abençoai” estes ramos, para que, “seguindo” com alegria o Cristo, nosso Rei, cheguemos por ele à eterna Jerusalém”. 
Nesse sentido, guiados por essa oração temos duas palavras que nos ajudam a refletir a importância e o significado dos ramos. 

A invocação feita é um pedido de bênção para os ramos que temos em mãos ou que estão adornando o local da celebração. No “abençoai” se manifesta o pedido da Igreja terrestre e peregrina, que quer e deseja entrar na Jerusalém Celeste.

Dessa forma, com os ramos em mãos, assumimos a missão de “seguidores” e participantes do projeto de Deus. A oração segue nos dizendo que o seguir é alegre e festivo. É celebrar junto o Mistério de morte e ressurreição.

Agora uma pergunta simples que, sem dúvida, muitos gostariam de vê-la respondida.

"O que fazer com o meu ramo após o Domingo de Ramos?"

A resposta que nos é dada : "Os ramos bentos no domingo de Ramos devem ser guardados com respeito. Servem para proteger os cristãos, os seus lares e lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição. 

Em alguns países coloca-se o Ramo num lugar de destaque em casa ou junto de um crucifixo/imagem religiosa, ou na entrada da casa junto da porta para trazer proteção..

Efetivamente tem de ser guardados em sinal de respeito, uma vez que são coisas bentas e veículos de celestial proteção como indica a liturgia no cerimonial da bênção, não podem ser abandonadas no chão nem descartadas como fazemos com o lixo.

No final da Semana Santa pode queimar o seu ramo e colocar a cinza espalhada na sua moradia ou enterrar o ramo. 

"Deus eterno e todo-poderoso, abençoai estes ramos, para que, seguindo com alegria o Cristo, nosso Rei, cheguemos por ele à eterna Jerusalém. Por Cristo, nosso Senhor. Amém"

quarta-feira, 3 de abril de 2019

A Quaresma


O Tempo da Quaresma é para nós Cristãos um tempo de recolhimento interior. É tempo de preparação da Festa mais importante dos cristãos: a Páscoa de Jesus. Por isso mesmo, vivemos este tempo com um sentido de purificação, de sacrifício, de cruz e de ressurreição. Daí a importância do convite que nos é feito todos os anos à vivência deste tempo tendo presente o Jejum, a Esmola e a Oração.
Jesus jejuou durante quarenta dias no deserto, lugar de encontro privilegiado com o Senhor nosso Deus. Certamente já repararam que quando se dá algum deserto na nossa vida, como por exemplo, o deserto de falta de amor, de compreensão, de companheirismo, de fraternidade, de partilha, de oração, de cumplicidade, de reforço positivo (elogios), etc., sentimo-nos um pouco mais “pequenos”, mais “desprotegidos”, mais “isolados”. E é então que nos recordamos que há alguém que nos conhece muito bem e que nos ama incondicionalmente, exactamente como somos, assim tão imperfeitos: este alguém é o nosso Deus.
Jejuar é também recordar as privações por que passam muitos irmãos nossos, pelo mundo inteiro, associando-nos a este deserto por alguma privação que conscientemente nós façamos. Por isto mesmo, somos também convidados à esmola. Ela é reflexo da nossa generosidade mas, para nós cristãos, deve ser um pouco mais que isso. Não deve saber a mão direita o que faz a esquerda, e o seu contrário também, isto é, a esmola é algo que se realiza sem ser anunciado ao mundo, mas no segredo da nossa vida e do nosso coração. A esmola é ainda também uma oportunidade de fugirmos à dinâmica do mundo que nos manda poupar e guardar tudo para o dia de amanhã, recordando que o Senhor nosso Deus é o nosso providente, isto é, que Ele está atento às nossas necessidades e, se permitirmos, ele providenciará o que verdadeiramente precisamos. A esmola é um verdadeiro convite à partilha.
Por fim, mas não menos importante, a Oração. É tempo de recordar o caminho para o Calvário e reconhecer que a nossa vida é feita destas mesmas estações da Via-Sacra. Também nós caímos ao longo da vida. Também há quem nos ajude a levar a Cruz como Simão de Cirene. Também há quem nos limpe o rosto ferido da vida ou cansado de chorar (recordando Verónica). Também morremos muitas vezes para nos entregarmos aos outros, colocando-os em primeiro lugar. Tudo isto é Oração quando feito com o sentido de nos associarmos a Jesus, imitando-o no nosso dia-a-dia.

Que este tempo Quaresmal possa ser mais uma oportunidade de encontro pessoal com o Senhor, que nos abençoa e protege.
 Pe. Luís Silva